Até o final da década de 1950, os concursos de Misses excluíam das passarelas as candidatas negras ou ate mesmo Afro-descendentes; em 1963 a linda enfermeira, a mulata Aizita Nascimento, representando o Clube Renascença do Rio de Janeiro rompe com tradição discriminatória desses eventos, uma grande vitória para as mulheres negras.
Naquele momento havia uma polemica em torno de uma pomada a base de Hidroquinona que clareava progressivamente a pele; na época muita gente aderiu a moda (uma antiga referencia a Michael Jackson), neste contexto a linda mulata Aizita Nascimento ficou famosa por proferir a exclamação“Branca? Nunquinha!” esta frase não tem nenhum teor racista, mas uma consciência da importância de valorizar a sua pele, a sua cidadania, importante sinal que a mulher e principalmente a negra começava a reivindicar seus direitos na sociedade.
Mas esta conquista não veio sem luta e nem mesmo de graça, talvez o maior exemplo desta luta tenha ocorrido aqui mesmo em Campinas na terra do jornalista e poeta negro Benedicto Octavio. Foi em Campinas, que pela primeira vez no Brasil realizou-se um concurso que quebraria os preconceituosos paradigmas dos acomodados concursos de beleza que tinham a negra como um objeto ou cidadã de segunda classe, exemplos disto são os tais concursos Bonequinha do café, Bonequinha de pixe entre outros títulos que insistiam em comparar a mulher negra a produtos como café ou mesmo massa asfaltica. Nunca a uma rainha.
que escolheu o mais belo exemplar da beleza negra com a imponência da coroação de uma princesa, feito jamais repetido.
Entre as vinte inscritas a vencedora foi aquela que reuniu os maiores predicados em elegância, graça, beleza, cultura e simpatia. A vencedora Marcília Gama uma jóia rara, militante da causa negra e não apenas uma beldade, na verdade uma perola negra.
A Perola Negra foi coroada pelo vice-governador do Estado de São Paulo Porfírio da paz, que também entregou lhe a faixa e o cetro completando assim a ornamentação de rainha. O júri representou muito bem a comunidade negra, os representantes foram escolhidos pela comunidade negra durante um coquetel num dos lugares nais belos da cidade o “Lo Schiavo” entre os representantes de entidades negras levando em conta a tradição e contribuição de cada entidade, alem de sua antiguidade, já o representante indicado por cada entidade deveria ter obrigatoriamente formação moral e grau intelectual. A proposta inicial do “Concurso Perola Negra de Campinas” era conseguir reunir recursos para salvar entidades negras que passavam por dificuldades como a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor e ainda o Posto de puericultura Helena Beatriz, sendo assim foi necessário reunir grande parte da comunidade negra de Campinas para que este objetivo fosse atingido. No inicio a comunidade negra tentou alugar A comunidade negra de Campinas através das entidades organizadoras do baile como a Liga Humanitária dos Homens de Cor de Campinas, a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor entre outras, mostrou tanta união, força e determinação, atraindo desta maneira, importantes aliados como o “Jornal Diário do Povo” através de seu famoso colunista Orlindo Marçal, Departamento de Difusão Cultural da Prefeitura de Campinas e ainda um poderoso aliado Associação Cultural dos Negros do Estado de São Paulo recebendo deste ultimo apoio integral. O concurso a partir daí tomou um impulso extra, atraindo a adesão de entidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Americana, Franca, São Carlos e de todo o interior. Com esta força política não foi difícil exigir que o “Concurso da Perola Negra de Campinas” e o baile, fossem realizados no magnífico Teatro Municipal de Campinas.
Três meses antes do evento a comunidade negra mostrou um poder de compra que surpreendeu e espantou os comerciantes de campinas, uma semana antes do evento haviam se esgotado o estoque de miçangas, lantejoulas e enfeites para vestidos nas lojas de Campinas.
Mas nem tudo são rosas na terra do racismo cordial, o palco e passarela montado nas dependências do Teatro Municipal eram de propriedade da Sociedade Hípica, que realizava tradicionalmente uma vez ao ano o Baile de apresentação das Debutantes, nada mais do que a fina flor da sociedade da terra.
Sendo assim negava o uso do palco e da passarela para eventos da comunidade negra, mesmo com a dinheiro na mão, no final sob a costumeira pressão, a comunidade ganhou alguns aliados dentro da Sociedade Hípica e o palco acabou sendo alugado para o grande evento negro.
Naquele momento havia uma polemica em torno de uma pomada a base de Hidroquinona que clareava progressivamente a pele; na época muita gente aderiu a moda (uma antiga referencia a Michael Jackson), neste contexto a linda mulata Aizita Nascimento ficou famosa por proferir a exclamação“Branca? Nunquinha!” esta frase não tem nenhum teor racista, mas uma consciência da importância de valorizar a sua pele, a sua cidadania, importante sinal que a mulher e principalmente a negra começava a reivindicar seus direitos na sociedade.
Mas esta conquista não veio sem luta e nem mesmo de graça, talvez o maior exemplo desta luta tenha ocorrido aqui mesmo em Campinas na terra do jornalista e poeta negro Benedicto Octavio. Foi em Campinas, que pela primeira vez no Brasil realizou-se um concurso que quebraria os preconceituosos paradigmas dos acomodados concursos de beleza que tinham a negra como um objeto ou cidadã de segunda classe, exemplos disto são os tais concursos Bonequinha do café, Bonequinha de pixe entre outros títulos que insistiam em comparar a mulher negra a produtos como café ou mesmo massa asfaltica. Nunca a uma rainha.
que escolheu o mais belo exemplar da beleza negra com a imponência da coroação de uma princesa, feito jamais repetido.
Entre as vinte inscritas a vencedora foi aquela que reuniu os maiores predicados em elegância, graça, beleza, cultura e simpatia. A vencedora Marcília Gama uma jóia rara, militante da causa negra e não apenas uma beldade, na verdade uma perola negra.
A Perola Negra foi coroada pelo vice-governador do Estado de São Paulo Porfírio da paz, que também entregou lhe a faixa e o cetro completando assim a ornamentação de rainha. O júri representou muito bem a comunidade negra, os representantes foram escolhidos pela comunidade negra durante um coquetel num dos lugares nais belos da cidade o “Lo Schiavo” entre os representantes de entidades negras levando em conta a tradição e contribuição de cada entidade, alem de sua antiguidade, já o representante indicado por cada entidade deveria ter obrigatoriamente formação moral e grau intelectual. A proposta inicial do “Concurso Perola Negra de Campinas” era conseguir reunir recursos para salvar entidades negras que passavam por dificuldades como a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor e ainda o Posto de puericultura Helena Beatriz, sendo assim foi necessário reunir grande parte da comunidade negra de Campinas para que este objetivo fosse atingido. No inicio a comunidade negra tentou alugar A comunidade negra de Campinas através das entidades organizadoras do baile como a Liga Humanitária dos Homens de Cor de Campinas, a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor entre outras, mostrou tanta união, força e determinação, atraindo desta maneira, importantes aliados como o “Jornal Diário do Povo” através de seu famoso colunista Orlindo Marçal, Departamento de Difusão Cultural da Prefeitura de Campinas e ainda um poderoso aliado Associação Cultural dos Negros do Estado de São Paulo recebendo deste ultimo apoio integral. O concurso a partir daí tomou um impulso extra, atraindo a adesão de entidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Americana, Franca, São Carlos e de todo o interior. Com esta força política não foi difícil exigir que o “Concurso da Perola Negra de Campinas” e o baile, fossem realizados no magnífico Teatro Municipal de Campinas.
Três meses antes do evento a comunidade negra mostrou um poder de compra que surpreendeu e espantou os comerciantes de campinas, uma semana antes do evento haviam se esgotado o estoque de miçangas, lantejoulas e enfeites para vestidos nas lojas de Campinas.
Mas nem tudo são rosas na terra do racismo cordial, o palco e passarela montado nas dependências do Teatro Municipal eram de propriedade da Sociedade Hípica, que realizava tradicionalmente uma vez ao ano o Baile de apresentação das Debutantes, nada mais do que a fina flor da sociedade da terra.
Sendo assim negava o uso do palco e da passarela para eventos da comunidade negra, mesmo com a dinheiro na mão, no final sob a costumeira pressão, a comunidade ganhou alguns aliados dentro da Sociedade Hípica e o palco acabou sendo alugado para o grande evento negro.