Com dezesseis anos Abdias, entrou para o Exercito, mas – conforme ele mesmo narra – foi expulso devido a uma briga na porta de um bar depois de junto com um colega – ser barrado – pelo fato de ambos serem negros. Ainda no quartel, Abdias fundou um Jornal chamado “O Recruta” e distribuía exemplares do periódico Lanterna Vermelha, um jornal comunista clandestino. Desde a infância, Abdias se envolvia com protestos de rua e passeatas contra a discriminação e lutas pela integração do negro na sociedade. No entanto sua primeira experiência de luta orgânica foi com a Frente Negra Brasileira, fundada em 1931, em São Paulo por Arlindo Veiga dos Santos e José Correia Leite, dentre outros ativistas. De acordo com Abdias, uma das estratégias de ação da Frente era “fazer protestoscontra a discriminação racial e de cor em lugares públicos”. Nesta mesma época, ele ainda servia o exercito e por isso não podia se envolver profundamente nestas ações. No entanto continuava a distribuir panfletos e jornais que denunciavam a ditadura Vargas e o imperialismo Norte Americano. De acordo com Abdias, em depoimento ao Livro Memórias do Exílio (1976): “Em dezembro de 1937 fui preso juntamente com um grupo de estudantes Universitários quando distribuíamos panfletos denunciando a ditadura Vargas e o Imperialismo norte – americano. Condenado pelo famigerado Tribunal de Segurança Nacional, fui mantido na penitenciaria do Rio de Janeiro ate abril do ano seguinte. Ao sair da prisão em abril de 2938 regressou para Campinas, e juntamente com Aguinaldo Camargo e Geraldo Campos de Oliveira, organizou o I Congresso Afro Campineiro, em comemoração ao dia 13 de Maio, no Instituto de Ciências e Letras, com apoio de Nelson Omegna, na época professor de sociologia da Escola Normal e futuro Ministro do Trabalho. Neste Congresso, discutiram-se as condições de vida do negro na sociedade brasileira sob vários aspectos: econômico, social, político e cultural. De acordo com Abdias, o Congresso movimentou a cidade, pois Campinas era muito racista e possuía placas de rua indicando “lugar para negros e lugar para brancos”
Quem sou eu
- José Luís de Oliveira ( Zélus )
- Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
- O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.
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