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Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A finalidade desse movimento era a organização da Companhia Mogiana para estender seus trilhos ao vale do Mogi Guacu.Através da autorização prevista na Lei Provincial número 18, de 21 de março de 1872, todas as acões foram subscritas, e em 01 de julho,deram inicio aos trabalhos. Seriam construídos inicialmente um primeiro trecho com 76 quilômetros, ligando Campinas a Mogi Mirim, com o nome de "Companhia Mogiana de Navegação". As dificuldades foram muitas mas no dia 27 de agosto de 1875 partiu de Campinas para Mogi Mirim o trem inaugural com toda a Diretoria acompanhando a pessoa do Imperador D.Pedro II.Neste ponto e importante reproduzir a citação que faz o livro da His-
tória de Mogi Guacu "Mogi Guacu três séculos de História"A pagina 297 desse livro lê-se: "No dia 09 de Abril o povo em romaria vai a Mogi Mirim assistir a chegada do primeiro "trem de ferro" da Cia. Mogiana,cujo ato inaugural só se realizaria conforme relato abaixo em 27 de Agosto de 1875. Não teríamos espaço suficiente para discorrermos sobre todas as estações inauguradas pelas Cia.Mogiana, mas podemos enumerá-
las baseando-nos no "Almanaque de Amparo" de 1918, que contem na sua página de número 22 uma tabela dos preços das passagens nas linhas férreas a partir de Amparo.Omitiremos a tabela de preços para apenas enumerarmos as estações. São elas, a saber:Estação de Coqueiros,de Pedreira,de Jaguary,de Três Pontes, de monte Alegre,de Carlos Norberto, de Visconde de Soutello, de Barão de Ibitinga, de Socorro, de Alferes Rodrigues, de Pantaleão, de Brumado,de Santo Aleixo,de Serra Negra, de ITAPIRA, de Mogi Mirim, de Mogi Guacu, de Pinhal,de
Cascavel, de São João da Boa Vista, de Poços de Caldas, de Lagoa, de Vargem Grande, de Casa Branca,de Itoby, de São José do Rio Pardo, de Ribeiro do Valle, de Mococa, de Canoas, de Guaxupé, de Guaranésia, de Monte Santo, de Posses, de São Sebastião do Paraíso, de Muzambinho, Tambau, de Santos Dumont, de Santa Rosa, de Cajuru,de São Simão, de Bento Quirino, de Cravinhos, de Ribeirão Preto, de Sertãozinho, de Jardinópolis, de Salles Oliveira, de Orlândia, de São Joaquim, de Ituverava, de Igarapava, de Brodowiski,de Batatais, de Franca, de Sacramento, de Conquista, de Uberaba, de Uberabinha, de Araguari,de Jundiaí, de São Paulo,de Santos.Abaixo veremos algumas estacões que consideramos de importância para esta matéria:

HISTÓRIA DA FERROVIA

Antes de tratarmos da implantação da via via férrea em nossa região, seria importante fazermos um breve retrospecto sobre as causas que motivaram o planejamento e o desenvolvimento desse meio de transporte. As grandes lavouras de café em nossa região permitiram que se fizessem surgir uma nova paisagem.O verde dos cafeeiros tingiam o solo cobertos de matas anteriormente e contrastavam exube-
rantemente com o azul do céu.Os barões do café surgiram e comandaram uma nova aristocracia, a aristocracia rural.O povoamento de vastas áreas inúteis e o aparecimento de cidades pioneiras nesse tipo de cultura fortaleceu a riqueza dos opulentos senhores e da própria região.O aparecimento da mão de obra imigrante,principalmente do imigrante italiano fez aquecer o mercado exportador do pais.Houve um deslocamento do eixo econômico brasileiro em direção ao sudeste, colocado anteriormente em posição secundária considerando a economia agrícola.Tudo isso redundou na multiplicação das vias férreas que em pouco tempo tracejaram o solo paulista num labiríntico novelo de trilhos.
E eis que surge então a:

ESTRADA DE FERRO MOGIANA. Decorrente do grandioso ciclo do café, a atenção voltou-se para o desenvolvimento do transporte moderno na época que era a via férrea.O primeiro projeto que motivou a iniciativa de se prolongar a via férrea para os lados de Amparo e Mogi Mirim, foi do sistema Mr.Larmanjat, publicado em Fevereiro de 1872, pelo Dr.H.Luis de Azevedo Marques.Por esse sistema obtinha-se a tração por meio de um simples trilho central, distribuindo as locomotivas e aos carros, quatro rodas, sendo duas colocadas nas extremidades e fixas ao eixo longitudinal e as outras duas transversalmente uma de cada lado.Assim em 21 de Marco de 1872 foram aprovados na Assembléia Provincial o projeto concedendo privilegio e garantia de juros a empresa que levasse a efeito uma Estrada de Ferro de bitola estreita desta cidade a Mogi Mirim, com ramal para Amparo e o aditivo para o prolongamento até Jaguara.Um grande e importante movimento foi então desencadeado e encabeçado pelos srs.Dr.Antonio de Queiroz Telles (Conde de Parnaíba), Tenente-Coronel Jose Egidio de Souza Aranha,Dr.Delphino Ulhôa Cintra Junior,Cel., Joaquim Querino dos Santos e Antonio,Manoel Proença, Jose Guedes de Souza, Barão de Atibaia e Dr.João Ataliba Nogueira.(Barão Ataliba Nogueira), Joaquim Ferreira de Camargo Andrade e Francisco Soares de Abreu. A primeira reunião efetuada para tratar da incorporação da Companhia Mogiana teve lugar a 3 de Marco de 1872 na casa do tenente-coronel Jose Guedes de Souza, na qual foi nomeada uma comissão composta pelos srs.Cel.Joaquim Egidio de Souza Aranha, Cap.Joaquim Quirino dos Santos, ten-cel.Jose Guedes de Souza, Barão de Atibaia, Dr.João Ataliba Nogueira,Dr. Delfino Cintra Junior, Joaquim Ferreira de Camargo Andrade e Francisco Soares de Abreu, já citad

A primeira Locomotiva da América do Sul. n.121,fabricada nas oficinas da Cia Mogiana em Campinas
Dados técnicos
Tipo Tender, número total de rodas, 12; Número de roda motrizes, 8; Diâmetro das rodas motrizes, 914 mm.; Diâmetro dos cilindros, 381 mm.; Curso de êmbolos. 457 mm.; Superficie de aquecimento total 63,64 m.q.; Idem direito 5,58; Idem Tubular, 58,06; Superfície de grelhas, 1,22; Pressão normal de caldeira. 12.66 cm.q.; Peso total da locomotiva em estado de mar. 37.600 Kg.; Pedro aderente, 26.600 kg.; Força de trção a 85º de pres.nor., 7.800 Kg.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Greve Geral de 1920 ( Prisão de Armando Gomes o anarquista negro)


Durante a Greve da Companhia Mogiana em 1920, Armando Gomes foi preso pregando e recomendando aos grevistas a negação da autoridade policial e da propriedade privada, dizia que a existência de imensas propriedades privadas era um crime contra a natureza e contra a humanidade, que o ideal seria transformar a propriedade privada em coletiva. Edgard Louenroth publicou um boletim informativo anexo ao seu jornal “O Libero” em que trazia em suas linhas um balanço da Greve da Mogiana, dizia que Armando Gomes foi preso defendendo uma causa justa, cumprindo um dever humanitário quando foi traiçoeiramente preso e obrigado a cumprir a pena, pela qual lhe acusaram, em São Paulo para onde seguiu. O Centro Humanitário José do Patrocínio de São Paulo deu um voto de sentimento pela prisão de Armando Gomes, e também A União da Juventude se manifestou pela prisão de seu Presidente e finalmente a Liga Humanitária dos Homens de Cor (28/11/1915) da qual Armando gomes era o fundador. Além disto a proximidade de Armando Gomes (1888-1944) e Edgard Louenroth (1881-1968) perturbava por demais o patronato Campineiro

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Massacre da Porteira do Capivara ( Greve Geral de 1917) ou Anarquismo em Preto e Branco em Campinas

Foto: acima: o anarquista e lider operario Ângelo Soave (trabalhadores exigiam a sua libertação); Abaixo: Armando Gomes um dos lideres da greve de 1917 protagonista do episodio ocorrido na Porteira do Capivara, e a principal liderança do movimento negro da época. O clima durante A Primeira Guerra Mundial agravava tremendamente a situação econômica dos trabalhadores Brasileiros, o proletário de todo o Pais vivia uma elevação sem precedentes dos artigos de primeira necessidade, a redução dos salários a um terço do valor real, aumento do aluguel e a falta de gêneros alimentícios. Além disto intensificava o trabalho infantil e o da mulher provocando a redução de salários. Entre as reivindicações estava o aumento de salários, proibição do trabalho de menores de quatorze anos, adoção da semana Inglesa, libertação dos grevistas presos, redução de preços nos gêneros de primeira necessidade, redução de 50% de alugueis. Onde os trabalhadores Anarquistas em Campinas exigiam a libertação de Ângelo Soave que estava detido na estação e seria transportado para prisão, em São Paulo. Naquele dia, os trabalhadores estavam em manifestação em frente à “Porteira do Capivara” (o nome vem do apelido do proprietario), a rua da porteira cruzava a linha férrea, próximo onde hoje fica ( o Viaduto Miguel Vicente Cury). Durante a mobilização os policiais abriram fogo contra os trabalhadores. O que resultou em 16 trabalhadores feridos, levados pelos companheiros às pressas para o hospital. Três operários morreram imediatamente Antonio Rodrigues Magotto, Pedro Alves e Tito de Carvalho foram sepultados no dia seguinte no cemitério da Saudade o ocorrido paralisou a cidade. Armando Gomes (um dos lideres da Greve de 1917) saiu ferido durante o enfrentamento na “Porteira do Capivara”, pensou em desistir da luta, mas nunca conseguiu, e voltou a ter problemas com a policia durante a greve geral de 1920. Ângelo Soave morreu sete anos depois vitima de uma infecção renal. Armando Gomes e seus companheiros eram constantemente perseguidos por terem tido atuação destacada durante a Greve Geral de 1917 em Campinas, que envolveu anarquistas assim como Associações Operarias e Órgãos Operários. Aderiram ao movimento não só ferroviários, como também metalúrgicos de empresas como Lidgerwood e a Companhia McHard. Tendo a frente do movimento os anarquistas. Embora a Greve Geral de 1917 em Campinas, não tenha tido a mesma extensão que a ocorrida em São Paulo, assustava os ideais e o discurso anarquista de não aceitação da propriedade privada, o desprezo e o não reconhecimento da autoridade policial e por fim o grande objetivo de acabar com o estado. A Greve Geral de 1917 foi uma manifestação contra o alto custo de vida e o trabalho de menores, além de difundir outras reinvindicações operarias. Através de Ligas Operarias de Bairros, centro de aglutinação de trabalhadores inspirados em organismos semelhantes que tinha nascido sobre o efeito sob o efeito da guerra em outros Paises.

Anarquismo em Campinas ( Negros e Italianos na luta)


Ilustração: Edgard Louenroth. O movimento Anarquista a partir de 1917, rompeu o quadro de inércia e estagnação da organização operaria, abrindo um novo período notabilizado por greves de grandes proporções que duraria até 1920. Foi o período mais fértil do Anarquismo no Brasil e mais importante a partir da greve de 1917. Inseriu-se definitivamente a questão social ampla na cena política com reivindicações que iam muito além da questão trabalhista estrita, tendo no Brasil seu maior expoente Edgard Louenroth (1881-1968). Em Campinas homens como Ângelo Soave, Antonio Rodrigues Magotto, Pedro Alves , Tito de Carvalho, Armando Gomes, entre tantos outros ilustres desconhecidos, escreveram a história do movimento Anarquista inspirados e muitas vezes orientados pelo próprio Edgard Louenroth.

Decadência das ferrovias em Campinas

Foto: Romeu Gonçalves de Oliveira ( primeiro agachado á esquerda) e amigos, todos trabalhadores ferroviários da Mogiana - 1964. A partir da década de 1950, as mudanças operadas na área de transporte começaram a transferir para o setor rodoviário o papel até então desempenhado pela ferrovia. No início da década de 1970, as antigas estradas de ferro paulistas foram incorporadas à FEPASA e, no curso da década de 1980, a malha ferroviária começou a ser concessionada. No caso de Campinas, a FEPASA manteve o transporte de passageiros até o ano de 2000, vivendo-se desde então um processo de reestruturação e desativação de serviços que colocou em risco a própria sobrevivência do conjunto histórico e arquitetônico do complexo.

Os ferroviários e a luta ( Braços negros)


Foto: Armando Gomes ( primeiro sentado á esquerda) um dos lideres da Greve Geral de 1917, e a diretoria da Liga Humanitaria dos Homens de Cor, formada em sua grande maioria por ferroviários negros. A região da Estação constituiu-se, também, em palco de lutas sociais, integrando-se a um processo mais amplo de reivindicações, tensões e conquistas de direitos pelos trabalhadores de Campinas. Os ferroviários constituíram-se em uma das categorias mais combativas da cidade, alcançando seus movimentos uma projeção nacional. É célebre o episódio da "Porteira da Capivara" (1917), momento em que os ferroviários enfrentaram a força da repressão policial.

O progresso chega sobre trilhos

Foto: Barração das Oficinas na Estação Ferroviária de Campinas na década de 30 ( acervo do Museu da CP - Jundiaí). A região da chamada "Estação da Paulista" (criada entre as décadas de 1870 e 1920) centralizava um conjunto diversificado de serviços e instituições (hospitalares, escolares, fabris, comerciais e de serviços) que, no curso de um século, prestou-se a atender uma ampla população regional que utilizava o trem como seu principal meio de transporte.

Campinas já foi um dos maiores complexos ferroviários do estado de São Paulo

Foto: Quatro tipos de locomotivas fabricadas pela CM, entre 1908 e 1939, a maior de todas a Consolidation 664 e a menor a Mikado 985. Foto gentilmente enviada por Felipe Coelho de Souza Petean, bisneto de José Wilson Coelho de Souza e trisneto de Carlos William Stevenson, dois dos mais importantes engenheiros que trabalharam na Mogiana. A instalação de diferentes companhias férreas em Campinas, a partir de 1868, trouxe para a cidade uma outra dinâmica e sentido históricos. Através das Companhias Paulista (1868), Mogiana (1872), Ramal Férreo (1889), Funilense (1890) e Sorocabana (1921), Campinas consolidou o papel já centenário de "entroncamento" viário, transformando a cidade em um novo espaço de comércio, produção e serviços no interior da Província e, depois, do Estado de São Paulo. A região da chamada "Estação da Paulista" (criada entre as décadas de 1870 e 1920) centralizava um conjunto diversificado de serviços e instituições (hospitalares, escolares, fabris, comerciais e de serviços) que, no curso de um século, prestou-se a atender uma ampla população regional que utilizava o trem como seu principal meio de transporte.