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Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O enforcamento do negro Elesbão - I



Ilustração:"Negro enforcado sobre o estrado de um cadafalso", conforme gravura de William Blake, em 1792. Eis um bom exemplo das bárbaras punições que aplicavam-se, algumas vezes, nos escravos no Suriname, qualquer semelhança com "O caso Elesbão não sera mera coincidencia". Pois bem, chegada essa quarta–feira, 09 de dezembro, uma romaria imensa, desenrolando-se através das ruas da Vila, encaminhou-se para o Largo de Santa Cruz e o encheu completamente. Habitantes da Vila de São Carlos, homens mulheres e crianças, alvoroçados com a noticia da estréia da fôrca, não desejando perder o espetáculo medonho, ali se apertavam desde cedo, contemplavam o patíbulo alçado defronte dos Campos verdes e vendo face à face, de frente à frente, as arvores famosas da criação divina e a arvore temerosa da invenção humana, de que nos fala o poeta. Escravos enviados pelos Senhores, também tinham que assistir ao suplicio do seu igual, o que não impediu de muitos dêles mais tarde, praticando o mesmo crime, tivessem também o mesmo castigo. Da cadeia velha ( construída de 1823 em diante e depois demolida ), transformada em oratório para a ocasião, saiu do lúgubre cortejo. Depois das autoridades, do réu, do Vigário e do carrasco, ia a Infantaria da Guarda Nacional , e fechando o préstito, os soldados da Cavalaria da mesma Guarda luzidos, marchavam “o mais bonito de tudo” na expressão ingênua de nossa informante que, contando, então seis anos de idade, acompanhava com os de sua família a triste procissão de morte. “O Carrasco ia alegre contava-nos – eo padecente da “cor cinza”. Neste o efeito do terror, naquele os efeitos da ignorância. Dirigiram-se todos a Matriz Velha, onde foi realizada a missa de que os condenados ouviram parte. Em seguida na forma do art. 40, o réu foi levado pelas ruas mais publicas, caminho de Santa Cruz. Essas ruas eram as do Sacramento, do Comercio, da Ponte e Ladeira de Santa Cruz. O dobre de finados ressonava lugubremente nos ares. Corvos descreviam longas trajetórias no céu azul, e alem, no Largo havia o resfolegar ansioso de muitas mil pessoas reunidas. Formada a Guarda em torno do partibulo, deu-se o começo ao ultimo ato do drama

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