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Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.

sábado, 13 de setembro de 2008

Massacre na "Porteira do Capivara" - 1917


Foto: acima: o anarquista e líder operário Ângelo Soave (trabalhadores exigiam a sua libertação); Abaixo: Armando Gomes um dos lideres da greve de 1917, protagonista do episodio ocorrido na Porteira do Capivara, e a principal liderança do movimento negro da época. O clima durante A Primeira Guerra Mundial agravava tremendamente a situação econômica dos trabalhadores. A situação econômica no Brasil era critica, vivia uma elevação de preços sem precedentes nos artigos de primeira necessidade, a redução dos salários, a um terço do valor real, aumento do aluguel e a falta de gêneros alimentícios. Além disto, intensificava-se o trabalho infantil e o da mulher provocando a redução de salários. Entre as reivindicações estava o aumento de salários, proibição do trabalho de menores de quatorze anos, adoção da semana Inglesa, libertação dos grevistas presos, redução de preços nos gêneros de primeira necessidade, redução de 50% no preço dos alugueis. Em Campinas o ferroviário Armando Gomes de organizava Ligas Operarias de Bairros, Com objetivo de aglutinação de trabalhadores inspirados em organismos semelhantes que tinha nascido sobre o efeito sob o efeito da guerra em outros Países. E dentro deste contexto os trabalhadores Anarquistas em Campinas exigiam a libertação de Ângelo Soave que estava detido na estação e seria transportado para prisão, em São Paulo. Aderiram ao movimento não só ferroviários como também metalúrgicos de empresas como Lidgerwood e a Companhia McHard. Tendo a frente do movimento os anarquistas. Naquele dia, os trabalhadores estavam em manifestação em frente à “Porteira do Capivara”. A rua da porteira cruzava a linha férrea, onde hoje esta (o Viaduto Miguel Vicente Cury). Policiais aos seus postos esperavam o momento certo, para reprimir os lideres do movimento. Entre os trabalhadores havia rumores da existência de uma lista negra com o nome dos principais agitadores (cabeças de Greve). Durante a mobilização, no momento esperado os policiais abriram fogo contra os trabalhadores. O que resultou em 16 trabalhadores feridos, levados pelos companheiros, em lombos de burro, às pressas para o hospital. Três operários morreram imediatamente Antonio Rodrigues Magotto, Pedro Alves e Tito de Carvalho foram sepultados no dia seguinte no cemitério da Saudade. Armando Gomes uma das cabeças da Greve, saiu ferido durante o enfrentamento na “Porteira do Capivara”. A morte não intimidou o movimento anarquista. Walter Gomes (irmão de Armando) e José Gomes (irmão de Armado) mobilizaram a categoria, e o resultado paralisou a cidade. Não é necessário dizer que este capitulo da historia, não foi registrado desta forma por nenhum jornal da época. Historiadores de Campinas relatam que a Greve Geral de 1917 em Campinas, não teve a mesma extensão que a ocorrida em São Paulo. Mas não conseguem explicar a repercussão do Massacre da Porteira do Capivara, e nem mesmo a paralisação da cidade com o fato. Na verdade o que assustava, eram os ideais e o discurso anarquista Não é necessário dizer que este capitulo da historia, não foi registrado desta forma por nenhum jornal da época. A Geral Geral de 1917 foi uma manifestação contra o alto custo de vida e o trabalho de menores, além de difundir outras reivindicações operarias.Pensou em desistir da luta, mas nunca conseguiu, e voltou a ter problemas com a policia, durante a Greve Geral de 1920. Em março de 1920, Gomes foi preso enquanto liderava uma greve na Mogiana, pregava aos grevistas a negação da autoridade policial, para quem o próprio poder que a policia exercia já era uma abuso. Os anarquistas pregavam o fim da propriedade privada, para Armando Gomes a existência de imensas propriedades privadas era um crime contra a humanidade, o ideal seria transformar propriedade privada em coletiva. A atuação político partidária e a alienação imposta pela religião eram vistas com maus olhos, por promoverem um fanatismo irracional, segundo o ferroviário José Gomes, também Anarquista. Acreditava Armando Gomes que a existência de imensas propriedades privadas era um crime contra a humanidade, o ideal seria transformar propriedade privada em coletiva. Edgard Lourenroth publicou um boletim informativo anexo em seu jornal “A Plebe” em que trazia em suas linhas um balanço da greve da Mogiana em Campinas, dizia que Armando Gomes foi preso defendendo uma causa justa, cumprindo um dever humanitário, quando foi traiçoeiramente preso e obrigado a cumprir pena, pela qual lhe acusaram, em São Paulo para onde seguiu. Ângelo Soave morreu sete anos depois vitima de uma infecção renal. Armando Gomes e seus companheiros eram constantemente perseguidos por terem tido atuação destacada durante a Greve Geral de 1917 em Campinas, que envolveu anarquistas assim como Associações Operarias e Órgãos Operários. por fim o grande objetivo de acabar com o estado.

2 comentários:

Allysson Garcia disse...

Interessante saber sobre Armando Gomes, procurando pela atuação dos negros nas greves do inicio do século XX pude saber um pouco mais através de seu blog. Seria bom que você citasse as fontes para ficar melhor evidenciado. Grato!

Zelus de Oliveira disse...

Allysson Garcia a maior fonte que você pode encontrar é o próprio autor do Blog pro memória negra de Campinas. Zélus e pesquisador da história de Campinas e faz isto por hobbie. Agora como todo bom jornalista não cita fontes...mas posso assegurar que tem mais informação sobre o assunto que quaquer outra pessoa Armando Gomes era seu bisavô o que permitiu que ele levantasse documentos, fotográfias, utensílios que possibilitam contar algumas histórias com mais acerto.

Mas cansado de ver fotos inéditas que publicou e textos que escreveu sendo colodos e copiados sem que ao menos a fosse citada.

Resolveu parar de postar agora está trabalhando em um livro a fim de preservar seus direitos autorais...o que é mais que justo.