Quem sou eu

Minha foto
Campinas / Brasil Afirmativo, São Paulo, Brazil
O sangue do Negro Africano, Índio Brasileiro e dos Imigrantes Europeus, correm em minhas veias, Brasileiro sem dúvida nenhuma. Campineiro da gema, apaixonado por Campinas - (SP) sua história, arquitetura e povo. Nasci em 21 de Agosto de 1964, em uma família, de quatro gerações de ferroviários, homens que passaram suas vidas entre o ferro fundido dos trilhos, e o fogo das caldeiras. Iniciei minha vida no ramo da metalurgia, seguindo os passos dos homens de minha família. No chão de fábrica ... Não, demorou muito para que, tomasse consciência, da importância, da eterna luta de classes, em busca de melhores condições de vida e inclusão social. Hoje militante do movimento negro, costumo dizer, que não escolhi ser do movimento negro, o movimento é que me escolheu. Meu bisavô Armando Gomes fundou a Liga Humanitária em 28 de novembro de 1915. A luta do povo negro, é distinta, e não pode ser, refém de partidos, e interesses meramente pessoais. Jornalista e Artista Plástico, resolvi usar este espaço, para relatar, o dia a dia, do nosso povo, o brasileiro.

sábado, 13 de setembro de 2008

A Morte de Armando Gomes o Comunista Negro

Nenhum Trabalhador séra livre enqunto o ferro da discriminação e da desigualdade marcar a carne do trabalhador negro - Karl Marx

Lucrecio


Congresso Afro Campineiro - 1937

Com dezesseis anos Abdias, entrou para o Exercito, mas – conforme ele mesmo narra – foi expulso devido a uma briga na porta de um bar depois de junto com um colega – ser barrado – pelo fato de ambos serem negros. Ainda no quartel, Abdias fundou um Jornal chamado “O Recruta” e distribuía exemplares do periódico Lanterna Vermelha, um jornal comunista clandestino. Desde a infância, Abdias se envolvia com protestos de rua e passeatas contra a discriminação e lutas pela integração do negro na sociedade. No entanto sua primeira experiência de luta orgânica foi com a Frente Negra Brasileira, fundada em 1931, em São Paulo por Arlindo Veiga dos Santos e José Correia Leite, dentre outros ativistas. De acordo com Abdias, uma das estratégias de ação da Frente era “fazer protestoscontra a discriminação racial e de cor em lugares públicos”. Nesta mesma época, ele ainda servia o exercito e por isso não podia se envolver profundamente nestas ações. No entanto continuava a distribuir panfletos e jornais que denunciavam a ditadura Vargas e o imperialismo Norte Americano. De acordo com Abdias, em depoimento ao Livro Memórias do Exílio (1976): “Em dezembro de 1937 fui preso juntamente com um grupo de estudantes Universitários quando distribuíamos panfletos denunciando a ditadura Vargas e o Imperialismo norte – americano. Condenado pelo famigerado Tribunal de Segurança Nacional, fui mantido na penitenciaria do Rio de Janeiro ate abril do ano seguinte. Ao sair da prisão em abril de 2938 regressou para Campinas, e juntamente com Aguinaldo Camargo e Geraldo Campos de Oliveira, organizou o I Congresso Afro Campineiro, em comemoração ao dia 13 de Maio, no Instituto de Ciências e Letras, com apoio de Nelson Omegna, na época professor de sociologia da Escola Normal e futuro Ministro do Trabalho. Neste Congresso, discutiram-se as condições de vida do negro na sociedade brasileira sob vários aspectos: econômico, social, político e cultural. De acordo com Abdias, o Congresso movimentou a cidade, pois Campinas era muito racista e possuía placas de rua indicando “lugar para negros e lugar para brancos”

Fundação da Frente Negra Brasileira




No bojo dessa movimentação ideológica da comunidade negra paulista, através dos seus jornais, surge a idéia da formação da Frente Negra Brasileira. Ela irá constituir-se em um movimento de caráter nacional, com repercussão internacional. Surgiu da obstinação de negros abnegados, como Francisco Lucrécio, Raul Joviano do Amaral, José Correia Leite (que, depois, dela se afastará por motivos ideológicos) e mais alguns.
Fundada em 16 de setembro de 1931, sua sede social central localizava-se na rua Liberdade, na capital paulista. Sua estrutura organizacional já era bastante complexa, muito mais do que a quase inexistente dos jornais. Era dirigida por um Grande Conselho, constituído de 20 membros, selecionando-se, dentre eles, o Chefe e o Secretário. Havia, ainda, um Conselho Auxiliar, formado pelos Cabos Distritais da Capital.
Criou-se, ainda, uma milícia frente-negrina, organização paramilitar. Os seus componentes usavam camisas brancas e recebiam rígido tratamento, como se fossem soldados. Segundo um dos seus fundadores – Francisco Lucrécio -, a Frente Negra foi fundada ppor ele e outros companheiros embaixo de um poste de iluminação. Ainda segundo a mesma testemunha, no início houve muita incompreensão. Diziam que eles estavam fazendo racismo ao contrário. No entanto, com o tempo, os membros da Frente Negra foram adquirindo a confiança não apenas da comunidade, mas de toda a sociedade paulista. As próprias autoridades a respeitavam. Os seus membros possuíam uma carteira de identidade expedida pela entidade, com retratos de frente e perfil. Quando as autoridades policiais encontravam um negro com esse documento, respeitavam-no porque sabiam que na Frente Negra só entravam pessoas de bem. Ainda segundo depoimento de Francisco Lucrécio, conseguiam acabar com a discriminação racial que existia na então Força Pública de São Paulo. Até aquela data os negros não podiam entrar na corporação. A Frente Negra inscreveu mais de 400 negros, tendo muitos deles feito carreira militar. Por outro lado, havia divergências na comunidade negra em relação à ideologia da Frente, pois muitos não aceitavam a ideologia patrianovista (monarquista) que o seu primeiro presidente, Arlindo Veiga dos Santos, queria impor aos seus membros. Isso iria refletir na trajetória da entidade. Uma visão direitista levou muitos dos seus adeptos a posições simpáticas em relação ao integralismo e ao nazismo.
Paradoxalmente, o conceito de raça é manipulado pelos frente-negrinos, que, no seu jornal A Voz da Raça, colocam como seu slogan “Deus, Pátria, Raça e Família”, que depois foi modificado. Era o slogan decalcado diretamente do “Deus, Pátria e Família”, da Ação Integralista. Apesar dessas contradições ideológicas, a Frente Negra se desenvolveu rapidamente, criando núcleos em vários Estados do Brasil. Milhares de negros, nas principais áreas do país, aderem ao seu ideário e passam a ser seus membros.
Em face dos êxitos alcançados, a Frente Negra resolveu transformar-se em partido político. Tinha todas as condições exigidas pela Justiça Eleitoral da época, e entrou com pedido nesse sentido em 1936. Sobre o assunto houve discussão entre os membros do Tribunal, que chegaram a alegar uma tendência racista na Frente. Finalmente o seu registro foi concedido. Durou pouco, porém. Logo em seguida, 1937, o golpe de Estado deflagrado por Getúlio Vargas implantando o Estado Novo dissolverá todos os partidos, entre eles a Frente Negra Brasileira.
Houve um trauma muito grande na comunidade que a acompanhava ou militava nos seus quadros. Milhares de negros sentiram-se desarvorados politicamente. Um dos seus fundadores, Raul Joviano do Amaral, tenta conservar a entidade, mudando-lhe o nome para União Negra Brasileira. Mas a situação geral do país não era favorável à vida associativa no Brasil, onde a repressão via atos subversivos em qualquer organização. O jornal A Voz da Raça deixa de circular. A censura é imposta a todos os órgãos de imprensa, e a União, que procurou substituir a Frente, morre melancolicamente, em 1938, exatamente quando se comemoravam 50 anos da Abolição.

Nucleo Anarquista da Decada de 30

Fundação do Sindicato da Mogiana - 1927

Fundação do Partido Comunista Brasileiro - 1922

Greve Geral de 1920 (Prisão de Armando Gomes o Anarquista Negro)


Durante a Greve da Companhia Mogiana em 1920, Armando Gomes foi preso pregando e recomendando aos grevistas a negação da autoridade policial e da propriedade privada, dizia que a existência de imensas propriedades privadas era um crime contra a natureza e contra a humanidade, que o ideal seria transformar a propriedade privada em coletiva. Edgard Louenroth publicou um boletim informativo anexo ao seu jornal " A Plebe” em que trazia em suas linhas um balanço da Greve da Mogiana (Campinas), dizia que Armando Gomes foi preso defendendo uma causa justa, cumprindo um dever humanitário quando foi traiçoeiramente preso e obrigado a cumprir a pena, pela qual lhe acusaram, em São Paulo para onde seguiu. O Centro Humanitário José do Patrocínio de São Paulo deu um voto de sentimento pela prisão de Armando Gomes, e também A União da Juventude se manifestou pela prisão de seu Presidente e finalmente a Liga Humanitária dos Homens de Cor, da qual Armando gomes era o fundador. Além disto a proximidade de Armando Gomes (1888-1944) com o anarquista Edgard Louenroth (1881-1968) perturbava demais o patronato Campineiro.

Armando Gomes e o 3° Congresso Operário - 1920


Em 1920 reuniu-s, no Rio, o 3º Congresso Operário, que reafirmou a liderança dos Anarco Sindicalistas. Nesta época Armando Gomes tinham muitas sobre o “Anarco Sindicalismo” devido à dificuldade deste movimento tinha em aglutinar pessoas em torno de uma causa e definir metas reais e ações praticas. Armando Gomes em sua fala durante o 3º Congresso Operário questionou e chamou a atenção para o fato do Anarco Sindicalismo não ter capacidade para dirigir as massas, pois a corrente se opunha à idéia de uma organização central, acabando por pulverizar-se em pequenos grupos de ação autônoma. Neste Congresso a Confederação Operária Brasileira (COB), que esteve desativada, foi momentaneamente ativada. Criou-se a “Comissão Executiva do terceiro Congresso” (CETC) para coordenar as atividades do movimento sindical. Sua Secretaria foi entregue ao Anarquista Edgard Leuenroth, que em 1919 havia criado em São Paulo um Partido Comunista (de tendência Anarquista) que teve curta duração. Armando Gomes acabou por ser preso no mesmo ano por ser o cabeça da Greve Geral de 1920 em Campinas

Fundação do Partido Comunista Anarquista - 1919

w

Massacre na "Porteira do Capivara" - 1917


Foto: acima: o anarquista e líder operário Ângelo Soave (trabalhadores exigiam a sua libertação); Abaixo: Armando Gomes um dos lideres da greve de 1917, protagonista do episodio ocorrido na Porteira do Capivara, e a principal liderança do movimento negro da época. O clima durante A Primeira Guerra Mundial agravava tremendamente a situação econômica dos trabalhadores. A situação econômica no Brasil era critica, vivia uma elevação de preços sem precedentes nos artigos de primeira necessidade, a redução dos salários, a um terço do valor real, aumento do aluguel e a falta de gêneros alimentícios. Além disto, intensificava-se o trabalho infantil e o da mulher provocando a redução de salários. Entre as reivindicações estava o aumento de salários, proibição do trabalho de menores de quatorze anos, adoção da semana Inglesa, libertação dos grevistas presos, redução de preços nos gêneros de primeira necessidade, redução de 50% no preço dos alugueis. Em Campinas o ferroviário Armando Gomes de organizava Ligas Operarias de Bairros, Com objetivo de aglutinação de trabalhadores inspirados em organismos semelhantes que tinha nascido sobre o efeito sob o efeito da guerra em outros Países. E dentro deste contexto os trabalhadores Anarquistas em Campinas exigiam a libertação de Ângelo Soave que estava detido na estação e seria transportado para prisão, em São Paulo. Aderiram ao movimento não só ferroviários como também metalúrgicos de empresas como Lidgerwood e a Companhia McHard. Tendo a frente do movimento os anarquistas. Naquele dia, os trabalhadores estavam em manifestação em frente à “Porteira do Capivara”. A rua da porteira cruzava a linha férrea, onde hoje esta (o Viaduto Miguel Vicente Cury). Policiais aos seus postos esperavam o momento certo, para reprimir os lideres do movimento. Entre os trabalhadores havia rumores da existência de uma lista negra com o nome dos principais agitadores (cabeças de Greve). Durante a mobilização, no momento esperado os policiais abriram fogo contra os trabalhadores. O que resultou em 16 trabalhadores feridos, levados pelos companheiros, em lombos de burro, às pressas para o hospital. Três operários morreram imediatamente Antonio Rodrigues Magotto, Pedro Alves e Tito de Carvalho foram sepultados no dia seguinte no cemitério da Saudade. Armando Gomes uma das cabeças da Greve, saiu ferido durante o enfrentamento na “Porteira do Capivara”. A morte não intimidou o movimento anarquista. Walter Gomes (irmão de Armando) e José Gomes (irmão de Armado) mobilizaram a categoria, e o resultado paralisou a cidade. Não é necessário dizer que este capitulo da historia, não foi registrado desta forma por nenhum jornal da época. Historiadores de Campinas relatam que a Greve Geral de 1917 em Campinas, não teve a mesma extensão que a ocorrida em São Paulo. Mas não conseguem explicar a repercussão do Massacre da Porteira do Capivara, e nem mesmo a paralisação da cidade com o fato. Na verdade o que assustava, eram os ideais e o discurso anarquista Não é necessário dizer que este capitulo da historia, não foi registrado desta forma por nenhum jornal da época. A Geral Geral de 1917 foi uma manifestação contra o alto custo de vida e o trabalho de menores, além de difundir outras reivindicações operarias.Pensou em desistir da luta, mas nunca conseguiu, e voltou a ter problemas com a policia, durante a Greve Geral de 1920. Em março de 1920, Gomes foi preso enquanto liderava uma greve na Mogiana, pregava aos grevistas a negação da autoridade policial, para quem o próprio poder que a policia exercia já era uma abuso. Os anarquistas pregavam o fim da propriedade privada, para Armando Gomes a existência de imensas propriedades privadas era um crime contra a humanidade, o ideal seria transformar propriedade privada em coletiva. A atuação político partidária e a alienação imposta pela religião eram vistas com maus olhos, por promoverem um fanatismo irracional, segundo o ferroviário José Gomes, também Anarquista. Acreditava Armando Gomes que a existência de imensas propriedades privadas era um crime contra a humanidade, o ideal seria transformar propriedade privada em coletiva. Edgard Lourenroth publicou um boletim informativo anexo em seu jornal “A Plebe” em que trazia em suas linhas um balanço da greve da Mogiana em Campinas, dizia que Armando Gomes foi preso defendendo uma causa justa, cumprindo um dever humanitário, quando foi traiçoeiramente preso e obrigado a cumprir pena, pela qual lhe acusaram, em São Paulo para onde seguiu. Ângelo Soave morreu sete anos depois vitima de uma infecção renal. Armando Gomes e seus companheiros eram constantemente perseguidos por terem tido atuação destacada durante a Greve Geral de 1917 em Campinas, que envolveu anarquistas assim como Associações Operarias e Órgãos Operários. por fim o grande objetivo de acabar com o estado.

Greve Geral de 1917

Armando Gomes e o Grupo dos Dez

A vida secreta da Liga Humanitaria dos Homens de Cor

A Liga Humanitária dos Homens de Cor


1915 quase todos os empregos dignos eram ocupados por estrangeiros, tidos como responsáveis diretos pelo desenvolvimento da economia da cidade. O Então Secretario de Segurança Publica e futuro presidente do Brasil usou estas palavras para descrever um dos redutos da população negra na época (1919) : É ai que, protegida pelas depressões do terreno,pelas voltas e banquetes do Tamanduateí, pelas arcadas das pontes, pela vegetação das moitas, pela ausência de iluminação se reúne e dorme e se encochoa, a noite, a vasa da cidade, numa promiscuidade nojosa, composta de negros vagabundos, de negras edemaciados pela embreaguez habitual, de uma mistiçagem visiosa, de restos inomináveis e vencidos de todas as nacionalidades, em todas as idades, todos perigosos. É ai que cometem atentados que a decência manda calar ; e ai que se atrem jovens estouvados e velhos concupiscentes para matar e roubar, como nos dão noticias os canais judiciários, com grave dano moral e para segurança individual, não obstande a solicitude e vigilância de nossa policia. Era ai que, quando a policia fazia o expurgo da cidade, encontravam a mais farta colheita. (Washington Luis)
Levando se em conta que periferia é periferia em qualquer lugar, e que a descrição de Washington Luis é de uma periferia. A atitude é racista, covarde e nazista.

Segundo Congresso Operário

xrzifqu

O jornal " O Combate"

Greve Geral - 1907

Primeiro Congresso Operário

Jornais a União e a Juventude

Armando Gomes " O Rei da União"


Armando Gomes foi o mais importante Líder do Movimento Negro Campineiro no início do sécul0 XX,influenciou a criação de praticamente todas as entidades negras de sua época (em Campinas), e ainda hoje ainda que os mais jovens não saibam copiam muitas vezes o seu modelo de luta contra a discriminação. Foi ferroviário, ferreiro, fundidor, ferramenteiro. Além de Artista Plástico e Escritor. Grande lider operário, tendo comandado várias Greves Gerais no periodo anarquista, quando ser sindicalista não dava status e a perseguisão contra grevistas era cruel. Presidente da “Sociedade Dançante Familiar União da Juventude” de 1901 á 1922, começou sua luta com apenas 14 anos. A Sociedade Dançante Familiar União da Juventude, tambem era conhecida como “União faz a força”, “União da Juventude”, Juventude, ou somente União simplificação normalmente mais usada por todos. A União foi o primeiro exemplo conhecido de Casa de Cultura na cidade de Campinas ou se preferirem “Ponto de Cultura” já que o termo já aparecia em diversos documentos da época, o termo hoje muito usado com ares de vanguarda já era utilizado em Campinas há aproximadamente cem anos, para designar pontos de encontros culturais dos Homens de Cor termo usado na época para negros preocupados com a preservação da sua cultura e da vida em família. A União situava-se á Rua Padre Vieira, nº. 25 – Cambuí, nas suas dependências praticava-se a Capoeira neste momento ainda muito ligada aos costumes africanos (Jogo da Zebra); E ainda importantes tradições da dança e da música negra como: a Congada, Umbigada, Jongo, Moçambique, Caiapós, Cateretês, Folia de Reis, Bumba meu Boi entre outras manifestações. Manter a cultura Afro brasileira viva era o principal objetivo da União. A União foi vanguarda na defesa e preservação das religiões de Matriz Africanas como Candomblé, Catimbó e ainda o Jujú. Armando Gomes combatia ainda que sem muito sucesso as Irmandades: Irmandade de São Benedito dos Homens Pretos , Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte e ainda a Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Armando conhecia o carater alienador das Irmandades, processo este que acabava impedindo o negro de aderir a luta, para mudar sua situação precaria na sociedade. Gomes era muito influenciado pelo espiritismo de Allan Kardec, na época tão temido como as religiões de Matriz Africanas. Isto aproximou Armando Gomes dos cultos Afros. Gomes torna-se um pesquisador do espiritismo de Allan Kardec, e das religiões de Matriz Africana, tendo sido o primeiro a lutar pelo direito a liberdade religiosa em Campinas. Gomes era muito radical com as religiões de Matrix Africana, pois não apreciava o sincretismo nestas religiões, preferindo e pregando uma volta as origens. Todo este contexto levou A União a atuar na preservação das religiões de origens Africanas. Também na União praticavam-se as conhecidas danças modernas Americanas como o One-Sprepp, Reich Tein ou o Reg Time como aquele tocado no Cotton Club Clube Negro Norte Americano. Gomes costumava dizer que o movimento negro americano era um referencial muitíssimo importante para a luta do negro Brasileiro. O Blues e o Jazz raramente eram tocados somente em ocasiões especiais. Foi neste ambiente que Fausto Pires de Camargo filho de Armando Gomes com Idalina de Jesus fez seus primeiros contatos com a musica tendo depois partido para as Marchas Carnavalescas e mais tarde para o Samba. No esporte o futebol era o mais praticado com destaque para as famílias Gonçalves e Ferraz que moravam nas imediações do Bairro da Ponte Preta e Abolição, tendo iniciado vários jogadores dos times de várzea muito comuns na época. Os Bailes e reuniões sociais eram realizados as segundas e sábados como ponto de encontro, conhecer jovens negras de família, colocar a militância em dia , já que neste espaço normalmente se distribuía o órgão informativo da Comunidade Negra. Em 1919 o então Prefeito Heitor Teixeira Penteado cumprimentou a União e em especial seu Presidente Armando Gomes pela contribuição voluntária na Campanha de Combate a Gripe Espanhola.

Centro Recreativo Dramatico Familiar - 1909

Associação Humanitaria Operaria dos Homens de Cor - 1906

Federação Paulista dos Homens de Cor - 1902

Sociedade Dançante Familiar União da Juventude - 1901

Organizações Negras de Inclusão social

O negro Campineiro no inicio do século XX aparece como coadjuvante do branco dominador Numa infinidade de trabalhos, como mostra uma coleção de fotografias de Austero Penteado do começo do século XX. O imigrante Europeu substituiu tanto os escravos como os libertos na posição de trabalhador. 1893 os imigrantes constituíam 80% do pessoal a ocupar os postos de trabalho. 1890 – logo após a Abolição a população negra foi excluída dos planos do governo deviam ser afastados e escondidos mantidos longe da cidade, todo traço de civilização negra deveria ser apagado o mais rápido possível. Relatos de sanitaristas, agentes de saúde e chefes de policia traçam um quadro de horror em relação aos lugares e estilo de vida dos pretos. Em dez anos a população negra diminuiu drástica e misteriosamente fato que satisfez e intrigou as autoridades e jornalistas da época: AFIRMO AOS PESSIMISTAS E AOS ANTIGOS ESCRAVOCRATAS QUE A RAÇA PRETA DESAPARECEU DESTE ESTADO PORQUE ABUSANDO DA LIBERDADE E ENTREGANDO – SE AO VICIO DA EMBREAGUEZ TEM MORRIDO. Em 1900 o plano de embranquecer São Paulo e obviamente Campinas e interior, começa a dar certo tendo em vista o modelo Europeu adotado. E já em 1906 a cada 100 crianças quase 80% são filhas de estrangeiros.

Federação Paulista dos Homens de Cor - 1902

Colegio São Benedito

r

O professor Francisco Jose de Oliveira

Irmandade da Boa Morte

Irmandade do Rosario dos Homens Pretos

Organizações negras religiosas

Dona Fulana

Igreja São Benedito

Tito Camargo de Andrade

Igreja do Rosario

Antonio Cesarino

Colegio Perseverança

Familia Cesarino

Sociedade Cultural Recreativa Beneficiente Estrela do Oeste - 1895

Violeta - 1895

Sociedade Beneficiente Isabel Redentora - 1899

Afinal, a libertação total

Quase Alvorada

Quase Alvorada

1886 dois anos antes da Lei Áurea que abolia oficialmente a escravidão. O imigrante Europeu substituiu tanto os escravos como os libertos na posição de trabalhador.

Ainda o Zé Fula

História como outra (Zé Fula)

Sociedade Beneficente Luiz Gama - 1888

Filhas de Averno - 1888

A Flor da Mocidade - 1888

Antigas organizações negras

Em 1889 é fundada a Companhia de Ramal Férreo Campineiro, que seria inaugurada em 1894 ligando Campinas a Souzas e Joaquim Egidio. Também em 1889 a cidade sofre um grande surto de febre amarela, E neste episodio o negro foi o grande Herói.

Irmandade São Benedito dos Homens Pretos - 1831

O Capoeira






















A Dança da Zebra

Bumbas e Macumbas II

Bumbas e Macumbas - I

Carnaval Antigo

Irmandade da boa morte

Irmandade do Rosario dos Homens Pretos

Igreja São Benedito

Tito Camargo de Andrade

Igreja do Rosário

Afinal, a libertação total

Carlos Gomes e o negro cativo

Ainda o Zé Fula

Quase Alvorada

História como outra história (Zé Fula)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

As autoridades do Império trataram de embranquecer o sangue negro


Foto: Família de escravos alforriados. As autoridades do Império trataram de embranquecer o sangue negro neutralizando a sua cultura e impedindo seu acesso a postos chave. E a vinda do imigrante Europeu traria elementos étnicos superiores que através da miscigenação poderiam branquear o Brasil. A substituição da mão de obra escrava significou, portanto redefinição do lugar do negro na sociedade de escravo a marginal, em outras palavras no discurso da classe dominante negro livre não servia para trabalhar. 1842 – são considerados vagabundos pelo artigo 300 do regimento 120 de 31 de janeiro de 1842 os indivíduos que não tem domicilio certo nem profissão ou oficio nem renda ou meio conhecido de subsistência, que não tem domicilio certo e não mostrarem ter fixado em alguma parte do Império a sua habitação ordinária e permanente ou não estiverem assalariados ou agregados a alguma família.

A pressão Inglesa pelo fim do trafico aumentava


A pressão Inglesa pelo fim do trafico aumentava quando traficantes do comercio da carne e fazendeiros perceberão que a abolição da escravatura era inevitável, começaram a pensar na substituição da mão de obra. A solução da questão implicou no deslocamento de milhões de Europeus sobre tudo em São Paulo é logicamente Campinas. A Substituição da mão de obra do escravo negro pelo imigrante livre, foi acompanhada de um discurso que difundia a solução como alternativa progressista. Mas o verdadeiro motivo era o medo que o processo de libertação em Campinas fosse violento como o do Haiti.

Viver em porões ou habitações coletivas era única forma de moradia acessível ao liberto barata e em região central


Viver em porões ou habitações coletivas era única forma de moradia acessível ao liberto barata e em região central. A arquitetura das habitações coletivas era semelhante a zonas urbanas da África Ocidental. Esta era por exemplo a forma das casas das Tias negras, chefes de terreiro, que hoje desempenham o papel de mães de santo. Famílias moravam coletivamente nestes cortiços, mas muitos moradores eram pessoas sem laço de parentesco. A comunidade que se reunia em festas e rituais , nos quintais destas habitações coletivas verdadeiros quilombos urbanos do final da escravidão,nesta época o trafico de escravos estava sendo desmantelado pelo capital Inglês.

Em 1872 escravos libertos que viviam em Campinas definiram no final da escravidão os territórios negros

Em 1872 escravos libertos que viviam em Campinas definiram no final da escravidão os territórios negros nas ruas do Centro. Um dos pontos deste território eram as Irmandades organizações religiosas negras . Era onde em dias de festas cristãs se batucava e dançava, o espaço das irmandades era muitas vezes local de habitação de libertos , alem de Quilombos Urbanos e Irmandades Negras, também se organizavam fundos de emancipação que libertavam escravos através da compra de alforrias.

As ruas também eram territórios de escravos

As ruas também eram territórios de escravos, os escravos se misturavam – se aos escravos de ganho (escravo que realizava tarefas remuneradas, repassando a maior parte do ganho (feria diária) ao seu Senhor. Eram Escravos de Oficio carpinteiros, pedreiros entre outros. Ser negro de ganho era um caminho para a compra da alforria , a medida em que paga feria devida ao seu Senhor algum excedente poderia sobrar em sua mão. Assim o numero de libertos crescia na cidade aceleradamente, nas ultimas décadas da escravidão.

Campinas pós 1850 tinha mais negros que Brancos

Neste período Senhores de escravos moravam em Chácaras ao redor da cidade, e muitos negros moravam ao redor destas Chácaras para ficarem a disposição dos seus Senhores, este processo deu origem a bairros como o tradicional bairro do Cambuí de inicio um território negro devido a grande quantidade de negros ali instalados. Os sobrados localizados nas ruas do Centro eram moradias de Barões e da elite Campineira. Os poderosos ficavam a maior parte do tempo nas ruas ficando em casa apenas nos horários de refeição.

Em 1870 Campinas possuía 33 mil habitantes, sendo 17 mil escravos

Em 1870 Campinas possuía 33 mil habitantes, sendo 17 mil escravos, ou seja, um dos maiores contingentes negros do Brasil. Campinas pós 1850 tinha mais negros que Brancos, e já em 1887 havia perto de 15 mil escravo mais da metade homens livres. Neste período Senhores de escravos moravam em Chácaras ao redor da cidade, e muitos negros moravam ao redor destas Chácaras para ficarem a disposição dos seus Senhores, este processo deu origem a bairros como o tradicional bairro do Cambuí de inicio um território negro devido a grande quantidade de negros ali instalados.

O medo coletivo criador de um mito (lenda)

Inquetações de 1848

Inquetações de 1848

O que contavam os escravos em 1859

João Barbeiro "O Rei da Congada" II

João Barbeiro "O Rei da Congada" I

João Barbeiro "O Rei da Congada" I

As mãos do enforcado II

As mãos do enforcado I

Inocente II

Inocente I

O enforcamento II

O enforcamento do negro Elesbão - I



Ilustração:"Negro enforcado sobre o estrado de um cadafalso", conforme gravura de William Blake, em 1792. Eis um bom exemplo das bárbaras punições que aplicavam-se, algumas vezes, nos escravos no Suriname, qualquer semelhança com "O caso Elesbão não sera mera coincidencia". Pois bem, chegada essa quarta–feira, 09 de dezembro, uma romaria imensa, desenrolando-se através das ruas da Vila, encaminhou-se para o Largo de Santa Cruz e o encheu completamente. Habitantes da Vila de São Carlos, homens mulheres e crianças, alvoroçados com a noticia da estréia da fôrca, não desejando perder o espetáculo medonho, ali se apertavam desde cedo, contemplavam o patíbulo alçado defronte dos Campos verdes e vendo face à face, de frente à frente, as arvores famosas da criação divina e a arvore temerosa da invenção humana, de que nos fala o poeta. Escravos enviados pelos Senhores, também tinham que assistir ao suplicio do seu igual, o que não impediu de muitos dêles mais tarde, praticando o mesmo crime, tivessem também o mesmo castigo. Da cadeia velha ( construída de 1823 em diante e depois demolida ), transformada em oratório para a ocasião, saiu do lúgubre cortejo. Depois das autoridades, do réu, do Vigário e do carrasco, ia a Infantaria da Guarda Nacional , e fechando o préstito, os soldados da Cavalaria da mesma Guarda luzidos, marchavam “o mais bonito de tudo” na expressão ingênua de nossa informante que, contando, então seis anos de idade, acompanhava com os de sua família a triste procissão de morte. “O Carrasco ia alegre contava-nos – eo padecente da “cor cinza”. Neste o efeito do terror, naquele os efeitos da ignorância. Dirigiram-se todos a Matriz Velha, onde foi realizada a missa de que os condenados ouviram parte. Em seguida na forma do art. 40, o réu foi levado pelas ruas mais publicas, caminho de Santa Cruz. Essas ruas eram as do Sacramento, do Comercio, da Ponte e Ladeira de Santa Cruz. O dobre de finados ressonava lugubremente nos ares. Corvos descreviam longas trajetórias no céu azul, e alem, no Largo havia o resfolegar ansioso de muitas mil pessoas reunidas. Formada a Guarda em torno do partibulo, deu-se o começo ao ultimo ato do drama

Condenados a morte III

Condenados a morte II

Condenados a morte - I

O julgamento - Duas condenações e uma absolvição

O encontro de um corpo na Restinga

Um crime de escravos

Quem era João Barbeiro?

Quem era João Barbeiro?

Ainda João Barbeiro

João Barbeiro, o Zumbi Campineiro


Ilustração:Jean Baptiste Debret (Paris, França 1768 - idem 1848). João Barbeiro, foi o nosso Zumbi. Um herói Campineiro. João Barbeiro sendo um negro fôrro, arriscou sua liberdade e a sua vida, na tentativa de sublevar os seus irmãos de raça que gemia no cativeiro. Líder da Insurreição preparada para abril ou maio de 1930. Só não chegou a se concretizar poque foi denunciada as vésperas de acontecer. A denuncia do levante de escravos foi feita pelo Vigário Padre Jose Joaquim Gomes, encaminhada a Câmara em 22 de abril de 1930. A igreja nunca foi uma instituição de apoio a luta dos negros pela liberdade, mas sempre esteve ao lado dos poderosos e dos donos de grande Capital. Segundo o Vigário Padre Jose Joaquim Gomes, os negros estavam se munindo de zagaias, foices e algumas espingardas para realizar o dito levante. O Juiz de paz ordenou a prisão dos lideres do levante, João Barbeiro e um amigo de luta. De São Paulo chegiu um reforço de trinta soldados para abortar a rebelião. Duas prisões foram efetuadas, a de João Barbeiro e de outro negro ambos fôrro. João Barbeiro, foi preso e remetido para São Paulo, onde provavelmente foi morto. Mesmo morto criou-se entre os cativos que o espírito de João Barbeiro estava entre eles inspirando-lhes a liberdade. E aos Senhores de escravo o pavor de uma Revolta bem sucedida João Barbeiro, foi o nosso Zumbi. Um herói Campineiro. João Barbeiro sendo um negro fôrro, arriscou sua liberdade e a sua vida, na tentativa de sublevar os seus irmãos de raça que gemia no cativeiro. Líder da Insurreição preparada para abril ou maio de 1930. Só não chegou a se concretizar poque foi denunciada as vésperas de acontecer. A denuncia do levante de escravos foi feita pelo Vigário Padre Jose Joaquim Gomes, encaminhada a Câmara em 22 de abril de 1930. A igreja nunca foi uma instituição de apoio a luta dos negros pela liberdade, mas sempre esteve ao lado dos poderosos e dos donos de grande Capital. Segundo o Vigário Padre Jose Joaquim Gomes, os negros estavam se munindo de zagaias, foices e algumas espingardas para realizar o dito levante. O Juiz de paz ordenou a prisão dos lideres do levante, João Barbeiro e um amigo de luta. De São Paulo chegiu um reforço de trinta soldados para abortar a rebelião. Duas prisões foram efetuadas, a de João Barbeiro e de outro negro ambos fôrro. João Barbeiro, foi preso e remetido para São Paulo, onde provavelmente foi morto. Mesmo morto criou-se entre os cativos que o espírito de João Barbeiro estava entre eles inspirando-lhes a liberdade. E aos Senhores de escravo o pavor de uma Revolta bem sucedida.

A congada

O perigo escravo

Nova revolta em 1829

Continuam os receios de revolução

Insurreição de escravos

Pequenos Quilombos Campineiros de 1827


Em 1827 aconteceram levantes de escravos e com a fuga deste, formaram-se pequenos Quilombos.

Igreja Nossa Senhora do Rosário berço das Irmandades negras


Em 1817 e construída a Igreja Nossa Senhora do Rosário

Campinas de 1822 era predominantemente negra e com intensa miscigenação


Foto: Senhor de escravos e negros escravizados. Além do Recenseamento realizado em 1822 em Campinas na época ainda Vila de São Carlos, o senso acusou 7.369 habitantes, assim discriminados 2.389 brancos, 3.434 pretos e 1.546 pardos, sendo assim Campinas era predominantemente negra e com intensa miscigenação, mesmo em período escravista.

Negro e o trabalho escravo e semi-escravo na urbanidade


Ilustração: carregadores de pipas de água. Mas o cruel mundo da monocultura escravista não era somente rural, embora a cerne da produção fossem as fazendas; no centro urbano Campineiro uma rede de comercio e trabalho escravo e semi-escravo se desenvolveu. Assim como nas fazendas os trabalhos mecânicos na cidade eram realizados por escravos a exemplo de cocheiros, carregadores entre outros.

Campinas em 1797era negra em sua maioria


O senso concluído em 27/10/1797, mostra que a população de Campinas era de 2017 habitantes e basicamente segundo o relato havia 700 escravos Africanos, 400 mulatos, 330 agricultores, 550 mulheres, brancas, mamelucas, cafuzas e morenas, 14 tropeiros, 09 comerciantes, 04 padres e 12 mendigos. Em 14/12/1797 Campinas eleva-se a categoria de Vila São Carlos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O primeiro casamento celebrado em Campinas ( Amor negro)


Ilustração: Costumes. O primeiro casamento realizado em Campinas , que tem assento no livro I de casamentos aqui realizados sendo o celebrante o Frei Antonio de Pádua e tendo como (nubentes) – Mateus e Rita naturais de Angola escravos de Domingo Costa Machado no dia 14 de julho de 1774.

A história dos negros Campineiros é pouco conhecida


Foto: Coleção Austero Penteado - Início do século XX. A história dos negros Campineiros é pouco conhecida, os poucos registros em que a Historiografia se ocupou se referem à participação do negro como escravo num mundo rural.